NID110-Gên Cosmopercepções Afri Indig | A disciplina parte do estudo teórico das concepções de gênero em diferentes cosmopercepções africanas e indígenas e visa, a partir dessa base teórica, problematizar a universalidade de determinadas categorias de análises ocidentocêntricas, como o gênero. Serão considerades autories que, transversalizades por outras fontes de conhecimento endógeno sobre suas matrizes culturais, argumentam sobre os limites da categoria gênero para os estudos de práticas culturais que partem de lógicas não Bio-lógicas, ou seja, que têm na sua lógica cultural, epistemologias e ontologias inscritas em categorias como antiguidade-senioridade, maternidade como potência e a progenitora como centro de emanação da organização hierárquica social. A disciplina propõe mergulhos e reflexões sobre a produção de conhecimento acadêmico pautado em uma metodologia inspirada apenas no modo de ?fazer ciência? normatizado pelo Ocidente, provocando a construção de novos caminhos teórico-metodológicos a partir da abordagens de lógicas culturais de sociedades estruturadas em matrizes civilizatórias distintas da matriz ocidental, desbravando conceitos que rompem com a ideia de gênero imposta pelo Ocidente.
Particularismos de gênero e a universalidade da categoria como unidade análise;
Colonizando corpos e mentes: gênero e colonialismo;
Visualizando e conceituando o corpo a partir de filosofias africanas, indígenas, feministas e transfeministas;
(Re)constituindo a cosmologia e as instituições socioculturais Oyó-Iorubás;
Fazendo história, criando gênero: a invenção de homens e reis na escrita das tradições orais de Oyó;
Matripotência: Ìyá nos conceitos filosóficos e instituições sociopolíticas [Yorùbá];
A tradução das culturas: generificando a linguagem, a oralidade e a cosmopercepção iorubá;
Estudos de gênero em África a partir de diferentes cosmopercepções: estudos senegaleses, nigerianos, quenianos, angolanos, malianos;
Gênero para e entre etnias indígenas brasileiras;
Gênero e Economia [O Século XIX].
___Bibliografia Básica___
1.ALVES, Míriam Cristiane; SILVA, Ana Paula Melo da; DIAS, Raquel Silveira Rita; LAMPAZZI, Priscilla Pinheiro; PORTILHO, Kaká.(Orgs.). Matripotência e Mulheres Olùṣọ: memória ancestral e a enunciação de novos imaginários. Porto Alegre, RS: Editora Rede Unida, 2021.
2.AMADIUME, IFI. African an Matriarchal Fundation: The Igbo Case. London: British Library, 1987.
3. AMADIUME, IFI. Filhas Macho e Maridos Fêmea: Gênero e Sexualidade em uma Sociedade Africana. Tradução: Grazielle Costa, Kaká Portilho e Magna Silva. Rio de Janeiro: Oju Editora, 2022.
4.BUSBY, Margaret (org.). New Daughters of Africa: an international anthology of writing by women of African descendent. Oxford: Myriad Editions, 2019.DIOP, C. A. A Unidade Cultural da África Negra: Esferas do Patriarcado e do Matriarcado na Antiguidade Clássica. Angola: Mulembe, 2010.
5. MCCALLUM, Cecilia. Nota sobre as categorias "gênero" e "sexualidade" e os povos indígenas. Cadernos Pagu [online]. 2013, n. 41
6.OYĚWÙMÍ, Oyèrónkẹ́. A Invenção das Mulheres: construindo um sentido africano para os discursos ocidentais de gênero. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2021.
7. ____________. What gender is Motherhood? Changing Yorùbá ideals of power, procreation and identity in the Age of Modernity. USA: Palgarve Macmillan, 2016.
8._____________. Gender Epistemologies in Africa: Gendering Traditions, Spaces, Social Institutions, and Identities. USA: Palgarve Macmillan, 2011.
9._____________ (Org.). Epistemologias de Gênero em África: Tradições, Espaços, Instituições Sociais e Identidades de Gênero. São Paulo: Ananse, 2022.
10.SACCHI, Ângela; GRAMKOW, Márcia Maria. (Orgs.). Gênero e povos indígenas: coletânea de textos produzidos para o "Fazendo Gênero 9" e para a "27ª Reunião Brasileira de Antropologia". - Rio de Janeiro, Brasília: Museu do Índio/ GIZ /FUNAI, 2012. |
|
|